quarta-feira, 5 de junho de 2013

Portfólio Digital


Linha, luz e forma

Subjetividade em arquitetura e natureza



“Os que têm fome de iluminação, aqueles que enxergam, são marginalizados- zombam deles, rotulam-nos de loucos.” Wassily Kandinsky


A linha é um dos elementos visuais básicos na composição de imagens, o contraste entre luz e sombra permite a ampliação de sua carga representativa criando texturas e formas de grande subjetividade na composição fotográfica.

Com constituição racionalizada, na arquitetura a linha cria padrões simétricos, através da iluminação e ângulo de captação da imagem as proporções arquitetônicas podem distorcer a noção do espaço e criar novos planos.

Aparentemente a natureza não é composta por padrões, mas as raízes se espalham no solo para tirar dele os nutrientes, assim como os galhos e folhas crescem buscando melhor captação de luz para o processo de fotossíntese, esse desenvolvimento produz linhas e formas rizomáticas, onde a captação em contraluz, superexposição ou alto contrate proporcionam belas texturas.

Através da captação de detalhes das formas naturais e arquitetônicas, prezando os elementos visuais descritos, as imagens adquirem uma carga subjetiva capaz de trazer novos significados conforme o ponto de vista do observador.












quinta-feira, 30 de maio de 2013

Making Of- Briefing de Jóia


A criação de uma imagem publicitária é um processo que envolve uma série de cuidados. O planejamento é um ponto essencial para que o resultado final agrade ao cliente e possa compensar o trabalho do fotógrafo e de toda equipe envolvida na produção.

Segue um breve making of da produção de uma fotografia para publicidade de joias.

Pré- Produção

Tudo inicia com o briefing, ele norteará o trabalho da equipe de produção, pois trás informações sobre o produto, quais valores o cliente deseja passar, a qual público está destinado a publicidade, etc.




Seguindo as instruções do briefing, foi utilizado um fundo de cor quente para realçar a joia.





A equipe iniciou o processo de produção da modelo, a acomoda em sua posição e o produtor prepara a apresentação do produto colocando a jóia nas mãos da modelo.








O fotógrafo ajustou a câmera e a iluminação para fazer a tomada da cena.






Produção

Durante a sessão de fotos a equipe decide fazer um close na mão da modelo que está segurando a joia. 




O fotógrafo indica o rebatimento da iluminação, afim de ganhar mais textura no produto.




O produtor e o fotógrafo ajustam as configurações da câmera para enfatizar o produto.





As imagens finais da joia foram obtidas.








Pós- produção

Na pós-produção foi realizado o processo de edição e tratamento da imagem. A edição procurou valorizar a nitidez da jóia, a coloração do fundo e mãos da modelo e também suavizar as sombras e granulações da imagem.

Imagem escolhida antes do tratamento digital
Imagem escolhida após o tratamento digital


sexta-feira, 19 de abril de 2013

A imagem na era da internet



A visualisação de imagens em navegadores de internet só foi possível a partir do ano de 1993, o desenvolvimento de hardware e software possibilitou a veiculação de imagens com melhor qualidade. Acompanhando o desenvolvimento de transmissão da imagem através da internet, diversos softwares foram criados para edição de imagens digitais, dentre os mais conhecidos o Photoshop (que ganhou sua primeira versão em 1990) foi um dos softwares que inseriu as tecnologias de "Formato de imagem".

Formatos

JPEG

O formato JPEG, cuja sigla significa Joint Pictures Expert Group. É um dos padrões mais populares da internet por aliar duas características importantes: oferece níveis razoáveis de qualidade de imagem e gera arquivos de tamanho pequeno quando comparado a outros formatos, facilitando o seu armazenamento e a sua distribuição.
O JPEG possibilita isso porque é um formato que utiliza compressão de imagens. Mas, o que é isso? Em poucas palavras, compressão consiste na eliminação de dados redundantes nos arquivos. No caso de imagens, é possível fazer a compressão de forma que a retirada de informações não prejudique a qualidade (lossless - sem perda), assim como é possível utilizar níveis maiores de compressão que causam perdas visíveis (lossy - com perda).
Exemplo de imagem com compressão JPEG.

Giff

Sigla para Graphics Interchange Format, o GIF é outro formato bastante popular na internet. Foi criado pela CompuServe em 1987 e, assim como o JPEG, gera arquivos de tamanho reduzido, no entanto, seu uso não é muito comum em fotografias, já que é capaz de trabalhar com apenas 256 cores (8 bits). Assim, sua utilização é muito comum em ícones, ilustrações ou qualquer tipo de imagem que não necessita de muitas cores.
Há, no entanto, uma característica que faz o formato GIF ser conhecido até os dias de hoje: graças a uma revisão realizada em 1989, o padrão passou a ter a capacidade de suportar animações. Em outras palavras, o GIF passou a permitir a inserção de uma sequência de imagens em um único arquivo. Assim, quando um GIF nesta condição é exibido, cada uma das imagens inseridas é mostrada seguindo uma ordem, dando ao usuário a sensação de movimento.
Gif animado
Tiff

Sigla para Tagged Image File Format, o TIFF consiste em um formato muito utilizado em aplicações profissionais, como imagens para finalidades médicas ou industriais. Criado em 1986 pela Aldus, companhia posteriormente adquirida pela Adobe, também é muito utilizado em atividades de digitalização, como scanner e fax, o que, na verdade, motivou o seu desenvolvimento.
O formato TIFF oferece grande quantidade de cores e excelente qualidade de imagem, o que aumenta consideravelmente o tamanho dos seus arquivos, embora seja possível amenizar este aspecto com compressão sem perda de informações.
Imagem TIFF


Armazenamento e distribuição

Além do uso da imagem para ilustração, complementação ou até mesmo informação total a ser divulgada, a internet proporciona o armazenamento e distribuição de imagens. Através de bancos de imagens é possível compartilhar, vender, ou simplesmente guardar em forma de catálogo/portfólio as imagens produzidas. 
Exemplo de visualização em bancos de imagens

Mídias sociais

Com o conceito de mídias sociais, onde a criação, divulgação e compartilhamento de informações (inclusive imagens) é proporcionado pelo conjunto de usuários da internet,criou-se uma atmosfera de que "tudo é permitido", "qualquer um é fotógrafo" e "mostre-se para o mundo, independente do que faça". Se por um lado as facilidades proporcionada pela comunicação através das mídias sociais tornaram a produção de informação mais independente,  por outro lado, os conteúdos em grande escala tornaram-se gradativamente paupérrimos e de baixo nível.

Tomando o princípio de que nas mídias sociais a maior parte de conteúdo é transmitida através de imagens, faz-se necessário que a produção e veiculação de trabalhos sejam cuidadosamente elaborados para que não caiam no meio comum.

Vitrine profissional

Site para criação de portfólio e banco de imagens
Dentre os diversos serviços e recurso que a internet proporciona, ela se torna a vitrine do trabalho de fotografos e profissionais da imagem. Estudos e pesquisa são imprescindiveis para tomar conhecimento do funcionamento de diversas ferramentas para edição, armazenamento, divulgação, exposição, que proporcionam melhores resultados se utilizadas em conjunto. Cuidados como o teor do que será divulgado e as possiveis licenças ou autorizações de uso de imagem, são principios básicos para iniciar bem na construção dessa vitrine.

Manipulação fotográfica

Ao longo dos anos as capas de revista marcaram história, algumas pelo resultado criativo que a produção alcançou, outras pelo poder da imagem de capa na época de sua publicação, muitas marcaram por conta das polêmicas geradas em seus textos e imagens, e em menor escala aquelas que marcaram história devido a erros ou exageros de manipulações na imagem de capa.

Veja um exemplo de manipulação da imagem de capa:

Antes
Depois


O ponto positivo da manipulação da imagem é o alcance de melhor qualidade e expressão da mensagem que se quer transmitir. Por outro lado, atrevés da manipulação fotográfica podem ocorrem a ocultação ou manipulação da verdade, ou simplesmente a transformação de uma imagem mediana algo completamente artificial. 

Fotografia de Revista


Apesar de sua semelhança e constantes comparações com os jornais a revista tem um papel de destaque como meio de veiculação de imagens. Ao contrário do jornal em que as imagens geralmente não prezam por alta qualidade, a revista é um meio em que as produções fotográficas exigem os mais elevados esforços de produção e impressão.

As publicações de revistas possuem segmentos em que cada uma é especializada. Dentre os segmentos mais comuns e abrangentes temos o social, que é destinado ao público que deseja informações sobre as celebridades, estrelas e pessoas famasos, muito comum em outros países com diversas publicações, no Brasil suas maiores representantes são a Revista Gente e a Caras, nelas as imagens de famosos são retratados em grandes produções, ou de maneira mais espontânea como é o caso dos tablóides.
Capa da Revista Caras

Dentre as revistas semanais que possuem  cunho jornalístico e trazem as notícias mais relevantes da semana, nesse segmento a primeira revista publicada é a america Time, sendo no Brasil a Revista Veja é a de maior circulação nesse segmento. As imagens visam dialogar a qualidade e linguagem com o texto, geralmente dando enfase as ideias que o texto jornalistico promove.
Capa da Revista Time


Na área de decoração que tem como maior publicação a revista Casa e Jardim, as fotografias precisam demonstrar os traços arquitetônicos, os detalhes de cores e texturas, prezam pela iluminação e as formas, tornando-se referência para decoradores e arquitetos.
Imagem da revista Casa e Jardim
Imagem na revista Casa e Jardim










Carlinhos Brown- Fotografia na Revista Brasileiros
Um segmento que vem crescendo no Brasil é o de revistas de arte, temos como exemplo as revistas Bravo, Brasileiros e Select. Com informações a respeitode exposições, artistas, memórias e história das diversas manifestações artísticas no Brasil e no mundo, essas revistas prezam em suas fotografias a melhor produção estética, melhor representação fotográfica de obras de arte, ou de artistas em seus estúdios, ateliês ou sets de filmagens.


Capa da Revista Bravo!
A segmentação da revista proporciona aos anunciantes a vantagem de destinar sua propaganda e a venda de seus produtos a um público específico. Há nesse público uma grande quantidade de consumidores em potencial, que conforme as estratégias de propaganda só necessitam de apelo para o consumo de produtos que necessitam ou não. O primeiro grande apelo ocorre na capa da revista, é ela que determina a compra do principal produto, a própria revista, quanto maior o público, maior o número de anunciantes e consequentemente maiores lucros. Na capa da revista deve conter os maiores destaques daquela edição, destacando o assunto principal com uma chamada maior e com a "foto de capa", geralmente esse assunto de destaque é algo atual no segmento da revista, ou é uma informação pertinente na época de sua publicação.

sábado, 30 de março de 2013

Cinema: Análise da obra "Deus e o o diabo na terra do sol"



Cartaz do filme
A obra genialmente produzida por Glauber Rocha faz um retrato da vida no sertão. Tomando como eixo a história de Manoel e Rosa, um casal de sertanejos que representam o drama das famílias nordestinas.
Manoel é explorado pelo coronel Moraes, dono das terras em que vive e que possui o poder político na região. Por não receber o pagamento pelo seu trabalho Manoel em um ataque de fúria mata o coronel, obrigando-o empreender uma fuga desesperada com sua mulher. O casal passa a seguir Sebastião. o pregador que anda pelo sertão pronunciando mensagens messianicas, apesar de seus exageros é depositário da crença de um povo que não tem nada além da fé, o beato leva consigo uma multidão de sertanejos que acreditam que só Deus poderá ajuda-los a se livrar dos tormentos da seca, da fome e do abandono, e que Sebastião é um enviado de Deus.
Além de demonstrar o desespero do sertanejo que se deixa sucumbir ao fanatismo religioso, o filme também demonstra ação de coronéis, que representam o Estado e o poder político da região, juntamente com a Igreja Católica. Enquanto os coronéis se preocupam com a manutenção de seu poder, e também com a mão de obra que estão perdendo, os padres se preocupam com a perda de fiéis e consequentemente as contribuições dos mesmos com a paróquia. Como resolução dos problemas que o beato causou, um jagunço chamado Antônio das Mortes é contratado pelo coronel para liquidar o pregador e seus seguidores, demonstrando resistência em executar o serviço por conta de suas crenças o jagunço é persuadido pelo padre, primeiramente com palavras do evangelho, e posteriormente com o aumento do pagamento pelo serviço.
Glauber Rocha
Após a morte de Sebastião e seus seguidores, Manoel e Rosa que foram poupados por Antônio das Mortes para que contassem a história são acompanhados por Cego Julio pelo sertão, até se depararem com o bando do cangaceiro Corisco, ao qual Manuel passa a fazer parte. Sabendo que está sendo perseguido por Antônio das Mortes, Corisco dispensa os cangaceiros que o acompanham, e segue sua jornada deixando pela escolha de Manoel o que irá fazer. Manoel segue Corisco, mas após um enfrentamento no qual este é morto por Antônio, foge com Rosa correndo desesperado em busca do mar profetizado por Sebastião.

Ficha técnica

Ficção, longa-metragem, 125 minutos, 35mm; preto e branco.
Diretor: Glauber Rocha;
Roteiristas: Glauber Rocha, Walter Lima Jr.;
Direção de fotografia e câmera: Waldemar Lima;
Produtor: Luiz Augusto Mendes;
Cenógrafo e Figurinista: Paulo Gil Soares;
Música: Villa-Lobos;
Canções: Sérgio Ricardo (melodia), Glauber Rocha (letra);
Rio de Janeiro, 1964. ;
Produtora: Copacabana Filmes;
Lançamento: 10 de julho de 1964, Rio de Janeiro
Locações: Monte Santo, Feira de Santana, Salvador, Canché (Cocorobó), Canudos (BA);

Elenco:

Geraldo Del Rey – Manuel
Yoná Magalhães – Rosa
Maurício do Valle - Antônio das Mortes
Othon Bastos - Corisco
Lídio Silva – Sebastião
Sônia dos Humildes – Dadá
Marrom - Cego Julio
Antônio Pinto – Coronel
João Gama – Padre
Milton Roda - Coronel Moraes
Figurantes- Moradores de Monte Santo

Análise fotográfica do filme

A filmagem feita em preto e branco auxilia na dramaticidade da trama, destaca bem, causando um ótimo efeito nas locações externas, onde demonstra a onipotência do Sol e da seca. A maioria das filmagens foram feitas com a câmera na mão, utilizando-se de enquadramentos em que os personagens dialogam e interagem criando um contexto teatral e alegórico.


Manuel interpretado por Geraldo Del Rey- O close na expressão de sofrimento e preocupação do sertanejo que enfrenta os sofrimentos causados pela seca.


Antonio das Mortes- A entrada do personagem na trama é acompanhada de sua imagem ao lado de uma cruz, passando pela vila onde todos o olham com desconfiança e medo.


O pistoleiro é colocado entre o padre e o coronel, representando seu aprisionamento entre os dois poderes da região.
A negociação entre o padre e Antonio das Mortes, a iluminação do fundo provoca um contraste entre os personagens tornando a cena que trata de escolha ainda mais dramatica.

Sebastião pregando ao povo, o angulo de captura da cena caracteriza a imagem messianica do beato.
Nesta cena a câmera é deslocada por alguém que acompanha a peregrinação de Manuel, o sofrimento do personagem é demonstrado em cada expressão de força que faz para continuar seu sacrifício.

O close na face de Corisco enfatiza seus discursos arraigados do sofrimento e vivências do cangaço.

Uma das diversas cenas de paisagem, deixa transparecer o espaço ermo e imenso do sertão.